Daniela Binatti, cofundadora e CTO da Pismo, foi uma das palestrantes no workshop internacional MIT REAP no Rio de Janeiro, Brasil. A conferência, realizada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), reuniu empreendedores do Brasil, Colômbia, Estados Unidos, Irlanda, Arábia Saudita e Egito para discutir ecossistemas orientados para a inovação.
Shari Loessberg, professora da MIT Sloan School of Management, conduziu o bate-papo com Daniela. A cofundadora da Pismo falou sobre sua carreira em engenharia da computação, sua experiência como empreendedora e seu esforço para atrair mais mulheres para o setor de tecnologia.
Uma jornada de transformação
Depois de trabalhar por 16 anos em uma empresa de serviços financeiros, Daniela deixou o emprego para aprender mais sobre computação em nuvem e big data. Ela percebeu que poderia fazer diferença no setor empregando tecnologias emergentes para criar uma plataforma de processamento de transações para bancos e fintechs.
Daniela contou como a Pismo facilitou a inovação nessas empresas: “A transformação veio não apenas da tecnologia, mas também do modelo de negócios. A Pismo é uma empresa de software como serviço nativa da nuvem. Fornecemos um kit de ferramentas para que instituições já estabelecidas e novos entrantes criem produtos financeiros.”
Ciclo de vendas: longo, mas compensador
Como uma empresa B2B, a Pismo fornece tecnologia de back-end para os clientes, oferecendo APIs para bancos e outras instituições financeiras e não financeiras construirem suas soluções.
Devido às regulamentações, Daniela diz que o ciclo de vendas é diferente em cada região que atuamos. Às vezes, leva muito tempo para fechar um negócio ou até mesmo convencer os clientes a terceirizar seus sistemas de processamento para um provedor baseado na nuvem.
“É um ciclo muito longo. Estamos prestes a anunciar a implantação de nossa plataforma em um grande banco. O processo de homologação durou dez meses. Não foi fácil. Mas eu sempre digo aos investidores que, se fosse fácil, haveria muitos concorrentes fazendo isso”, diz Daniela.It’s a very long sales cycle. We are about to announce the deployment of our platform in a big bank. The intelligence process took ten months. So it is not easy. I always say to investors that, if it were easy, there would be many competitors doing it,” Daniela says.
Mulheres na tecnologia
Outro desafio que Daniela enfrenta é incentivar outras mulheres a seguir a carreira de tecnologia. Ela conta que a jornada foi longa até se tornar líder em tecnologia e serviços financeiros, setores ainda dominados por homens. Em seu emprego anterior, 98 dos 100 profissionais de sua equipe eram homens.
“Estamos tentando mudar esse cenário. Juliana (irmã de Daniela e CPO na Pismo) e eu desempenhamos um papel importante como cofundadoras da empresa. Também faço parte de grupos de mentoria voltados para mulheres que querem mudar de carreira e seguir para engenharia ou desenvolvimento de software”, conta.
Uma empreendedora Endeavor
Daniela também falou sobre ter sido recentemente selecionada como empreendedora Endeavor no Brasil. Ela disse que escolheu atuar como mentora porque no passado também foi encorajada a seguir no empreendedorismo por diversos profissionais.
“Não há muitas mulheres empreendedoras. Se eu puder fazer uma pequena diferença na vida de alguém, incentivando-a a seguir esse caminho, estarei retribuindo à comunidade o que me foi dado”, conclui.